Símbolos e Alegorias, num Sistema de Moral.
[audio:https://blog.msmacom.com.br/wp-content/uploads/2011/09/06-Autumn-Prelude-Peter-Kater.mp3|titles=Autumn Prelude – Peter Kater | loop=yes| autostart=yes]A Maçonaria se define, como sendo uma Instituição em que seus conhecimentos se manifestam num sistema de moral, velado por alegorias e ilustrado por símbolos.
Ou seja, é uma Instituição com definições peculiares, ou seja, é possui uma organização ou mecanismo social que controla o funcionamento de uma sociedade de homens e, por conseguinte, de indivíduos, os quais mostram-se imbuídos num mesmo interesse social. E olha que podemos ter uma grande diferença juntamente aqui.
Exemplifico o sistema adotado com base na revolução francesa, que rompe com a monarquia e prega a liberdade, igualdade e a fraternidade, se administrando pela tripartição com base “Teoria de freios e contrapesos”. As teorias de Montesquieu tornaram-se conceitos da ciência política e alimentaram as ideias do constitucionalismo e permanecem até hoje como uma das condições para o funcionamento do Estado Moderno, exprimem na ideia dos Grandes Orientes.
O sistema Monárquico parlamentarista, em que é incorporado tradicionalmente pelas Grande Lojas, onde o poder do Monarca, o Grão-Mestre, pelo qual emana todo o poder, onde a câmara dos pares é composta tão somente dos representantes que se reúnem quando convocados para tal em assembleia.
A maçonaria ainda, transmite conhecimentos. Ou, na menos das hipóteses delineia os conhecimentos que devem ser apoiados, buscados e discutidos, para o engrandecimento dela enquanto instituição.
Isto tudo é posto sob a ótica de um sistema de moral. Nem sempre é fácil diferenciar as normas do direito das normas da moral, em face de semelhança entre elas em muitos aspectos. Por exemplo, ambos os sistemas de normas, direito e moral, valorizam princípios como o respeito à vida, à liberdade, à integridade física, psicológica e espiritual dos homens, à propriedade legitimamente obtida, à igualdade de direitos, entre outros.
A Moral é um ramo das Ciências Sociais que também se preocupa com o estudo de normas reguladoras da vida social.
Mas é discreta. Pois transmite tudo que lhe é possível neste sistema velado por alegorias e ilustrado por símbolos, e num imbuir próprio, incutir peculiar, que somente os iniciados tem conhecimento e a dimensão daquilo que escrevo.
Mas o que é realmente o símbolo, a alegoria e como estes se manifestam dentro deste “sistema maçônico” de apresentar e aculturar seus membros dentro da premissa de transmitir conhecimentos básicos e tornar discreta aos olhos profanos.
Antes de adentrar ao tema episódico, que escolhi, tenho que lembrar que há um “sincretismo maçônico”, oh! Alguns cairão de suas cadeiras! Calma não vou profanar nada.
Sendo, o sincretismo a tentativa de conciliar crenças díspares e mesmo opostas e de fundir práticas de várias escolas de pensamento. Dizemos que o sincretismo está associado em especial à tentativa de fundir e criar analogias entre várias tradições originariamente discretas, particularmente na teologia e mitologia da religião, afirmando assim uma unidade subjacente.
Temos dentro de nossa escola maçônica varias vertentes, sejam elas : deitas ou teístas. Fundando em escolas do pensamento sob a bandeira da liberdade de pensamento, que torna a maçonaria capaz de conciliar estas vertentes por vezes antagônicas, mas principalmente de tradições e raízes em trocos diferentes.
O maior exemplo é os ritos díspares. Pense nisso!
Assim, o que é pode não ser o que se vê. E o que se imagina não ver é exatamente o que é, por conta daquilo que existe ou não, seja no símbolo ou na alegoria.
O Símbolo
O Símbolo, do grego “sumbolon” significa simplesmente um “sinal de reconhecimento”. É uma representação analógica em relação à um objeto considerado, de tal forma que Objeto e Pensamento se identificam, existindo entre os mesmos sempre uma ideia. As letras do alfabeto é um símbolo. Que interpretamos de acordo com o nosso conhecimento, a nossa história de vida, o nosso conhecimento a luz das escritas e das línguas.
O símbolo é um meio de se expressar ao longo do tempo e do espaço.
Neste sentido, dependendo do rito, podemos ter um conceito significativamente diferente para o mesmo símbolo, ou mesmo, a acumulação de símbolos, que para uns dizem muito, para outros, pouco ou nada diz.
Assim, é que os diferentes povos, em diferentes épocas, podem se utilizar de símbolos para exprimir uma ideia, sem que sua linguagem, ou mesmo sua língua, seja influenciada pela de outros povos.
É óbvio que a simbologia está sujeita a interpretações, e neste ponto, o parâmetro maçônico geral (lato sensu) é importante, mas o intérprete deve estar munido das diretrizes do seu rito. Ou seja, dos princípios que regem o seu rito, landmarques que são adotados por sua potência, a estrutura legislada, bem como os costumes que seguem ao longo do tempo. São o ponto de inicio para a jornada de interpretação de qualquer símbolo a luz da verdade que se busca.
Pois, estando sujeito a diferentes interpretações, é importante que, princípios e ensinamentos contidos nos símbolos sejam transmitidos, e não necessariamente as exatas palavras que o definem.
Desde os mais remotos tempos, os povos se comunicam também por meio de símbolos.
A Alegoria
Alegoria pode ser traduzida por, “falar de outra forma“, ou seja, falar de uma coisa, empregando termos diferentes. Ou seja, é a exposição de um pensamento sob forma figurada.
A alegoria pode ser expressa de duas formas, através do Apólogo ou Fábula; de cunho moral, cujos personagens são, por via de regra, animais ou coisas inanimadas, Esopo e La Fontaine foram dois famosos fabulistas; e Parábola, de cunho religioso, na qual os elementos evocam realidades de Ordem Superior.
As lendas maçônicas são uma alegoria marcante. A Escada de Jacó ou Jacob, existente no Painel da Loj:. de Apr;., é uma importante alegoria da maçonaria, que não vou abordar as motivações, aqui.
Por exemplo, antes de aventurarmos na interpretação da simbologia da Escada de Jacó, precisamos conhecer as origens desta simbologia e o porquê está presente na maçonaria, sendo uma passagem Bíblica, ligada às tradições judaico-cristãs. Tudo de acordo com o descrito acima.
Do exposto, vemos o porquê da expressão “sistema de moral, velado por alegorias e ilustrado por símbolos“.
O emblema
Emblema, este tem significado bem mais simples que símbolo, é um ornamento, um distintivo. Em geral são pequenos objetos que servem para ornamentar. O emblema tem significado restrito, conhecido, fixo, a constância e fácil percepção de seu significado são características do emblema ou distintivo.
O Símbolo é associado à uma tradição, que lhe concede uma história anterior, ao passo que Emblema é ligado ao modismo, muitas vezes sem história, apenas com uma argumentação.
Mas para interpretar é necessário conhecer as referias Escolas ou linhas de pensamento:
Escola Autêntica ou Histórica – Por este pensamento, as antigas tradições da Ordem foram minuciosamente examinadas à luz de registros autênticos ao alcance do historiador, principalmente sobre atas de Lojas e documentos legais e todos os registros acessíveis. Como os registros escritos sobre Maçonaria especulativa, antecedem pouco ao seu renascimento em 1717, ao passo que as atas mais primitivas subsistentes de qualquer Loja operativa, pertencem ao ano de 1598, os defensores desta Escola, apontam como origem da Maçonaria as Lojas e Corporações da Idade Média, e supor que os elementos especulativos (símbolos, alegorias, etc.) foram exertados posteriormente ao tronco operativo. A escola admite que se aceitarmos o fato de que o simbolismo e cerimonial da Maçonaria é anterior a 1717, não há, praticamente , nenhum limite quanto a idade a que se lhe atribuir. Por isso esta Escola não busca a origem dos Mistérios além dos construtores medievais;
Escola Antropológica ou Primitiva – Esta Escola de pensamento está aplicando as descobertas antropológicas num estudo da história da Maçonaria e com notáveis resultados. Os atropologistas reuniram uma vasta soma de informações sobre costumes religiosos e iniciáticos de muitos povos, antigos e modernos, e os estudiosos maçônicos tem encontrado neste campo uma série de sinais e símbolos, tanto dos graus especulativos como dos operativos, em pinturas murais, esculturas, gravuras e edifícios das principais raças do mundo. Inclusive semelhanças de culturas e cultos em civilizações que não haveriam de ter tido contato físico. Neste sentido, esta escola de pensamento, confere Maçonaria muito maior antiguidade do que a atribuída aos históricos, bem como fazem analogias com os antigos Mistérios de muitas nações com cerimônias análogas às empregadas nas atuais Lojas Maçonicas. Das investigações antropológicas resulta bem claro que, quaisquer que sejam os elos na cadeia de descendentes, nós, maçons somos os herdeiros de uma antiqüíssima tradição que, por incontáveis tradições, tem estado associada com os mais sagrados mistérios do culto religioso.
Escola Mística ou Teológica – Esta terceira Escola do pensamento maçônico, perquire os mistérios da Ordem de um ponto de vista do plano para o despertar espiritual e o desenvolvimento interior do homem. Os pensadores desta filosofia, analisando suas próprias experiências espirituais, declaram que os graus da Ordem são símbolos de certos estados de consciência, que tem que ser despertados ao iniciado de forma individual se ele espera atingir e conquistar os tesouros do espírito. Eles dão testemunho de outra natureza muito mais elevada acerca da validade de nossos ritos maçônicos, testemunho que pertence antes à religião do que à ciência. O objetivo do misticismo é a união consciente com Deus e a Oficina visa retratar a senda para esse objetivo, oferecendo o roteiro que oriente a marcha do buscado do Supremo. Tais seguidores estão mais interessados na interpretação do que na pesquisa histórica. O objetivo é viver a vida indicada pelos Símbolos da Ordem para poderem atingir a realidade espiritual de que esses símbolos são sombras. O método místico busca a união estática com o Supremo, através da oração e da prece.
Escola Oculta ou Esotérica – O principal e distintivo postulado é a eficácia sacramental do cerimonial maçônico, quando devida e regularmente executado. Assim talvez possamos chamá-la de escola sacramental ou oculta. Pode ser definido como o estudo e conhecimento do lado oculto da natureza, por meio dos poderes existentes em todos os homens, mas ainda adormecidos na maioria da humanidade. Esses poderes podem ser acordados e treinados no estudante oculto por longa e cuidadosa disciplina e meditação. O escopo do ocultista é alcançar a união com Deus por meio do conhecimento e da vontade, treinar toda a natureza, física, emocional e mental, até que se torne uma perfeita expressão do divino espírito interno, e possa ser empregado como um instrumento eficiente no grande Plano que Deus criou para a evolução da espécie humana, que está representado pela Maçonaria pela construção do Santo Templo. Para o ocultista é de grande importância a exata observância de uma forma, e pela utilização da magia cerimonial ele cria um veículo através do qual possa a luz divina baixar e difundir-se em auxílio do mundo, invocando, para isso, a ajuda dos Anjos, espíritos da natureza e outros habitantes dos mundos invisíveis.
TFA
Ir.·. Ivair Ximenes Lopes
MS Maçom Naviraí Ms, 18 de Setembro de 2011
Ritual do Aprendiz Maçom (REAA)
D´elia Junior, Raymundo – Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz;
Da Camino, Rizzardo – Maçonaria Mística;
Da Camino, Rizzardo – O Maçom e a Intuição;
Adum, Jorge – Grau do Aprendiz Maçom e seus Mistérios;
Dyer, Colin – O Simbolismo na Maçonaria
Aslan, Nicola o Simbolismo na Maçonaria