Sociedades da idade Média

Sociedades da idade Média

No reinado de Alfredo O Grande (872-900) sábio rei da Inglaterra, protetor das artes e das ciências, considerado como o fundador da Universidade de Oxford, a arte de construir progrediu, mas não o suficiente limitado pela falta de verdadeiros mestres. No reinado de Athelstan, neto do anterior, chegaram mestres pedreiros vindos da França e da Alemanha, países que tinham uma arquitetura bem mais avançada.

Idade Média
A sociedade era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).

No séc X a cidade de Milão tinha tantas corporações de ofícios como Bruxas e Gantes as que tinham garantias e liberações de impostos e proteção das autoridades, motivo pelo qual começaram a ser chamadas de “francmestieres”, ou seja ofícios livres, a diferença dos outros ofícios independentes que sofriam todo tipo de taxas e controle.

Grêmios se estabelecem em todos os cantos da Europa: em 1099 temos os tecedores de Maguncia, em 1066 os pescadores de Worm, em 1128 os sapateiros de Wützbourg, em 1149 os tecedores de colchas de Colonia, os curtidores de couro de Rouen formam um grêmio no início do séc XII, na Inglaterra encontramos grêmios em Oxford, Huntington, Winchester, Londres, Lincoln, etc durante o reinado de Enrique I (1100-1135).

No reinado de Eduardo III (1312-1377) diversos ofícios começam a constituir-se sob a denominação de Livery Companies e a mudar seu nome de guilda para crafts e Mysteries, mas ficando a organização e espírito sem mudanças. Craft denomina no inglês uma habilidade, arte ou destreza do obreiro; mystery indicaria a preservação dos secretos de seu ofício ou conforme alguns pensam, estaria relacionado com o caráter de “mestre”; guilda (do inglês guild), denomina um grêmio, fraternidade ou sociedade organizada para ajudar no trabalho de uma igreja.

Há que veja nestas corporações a continuidade dos Collegia ou dos Mestres Comacinos mas nunca tem-se descoberto o denominado como “elo perdido” da maçonaria que vincule aqueles com as sociedades da Idade Média. Na formação dos grêmios da Idade Média participaram 4 fatores que são: a vigilância organizadora exercida pelas autoridades urbanas, a ação corporativa dos artesãos usando o apoio das autoridades, a organização tipo militar dos grêmios e a força de uma estreita fraternidade do ofício.

Após estas lembranças das fraternidades de pedreiros da Idade Média, não podemos deixar de mencionar uma significativa lâmina que aparece no Ritual de Aprendiz da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, onde vemos a figura pensativa de um Aprendiz que desbasta a sua Pedra Bruta junto à menção da Idade Média seguida de duas datas: 476 a 1453.

Os historiadores denominam Idade Média ao imenso intervalo entre a Antigüidade e o que pode ser chamado de Tempos Modernos. Entre o mundo antigo e a nova idade, estender-se-iam os séculos medianos, caracterizados sob uma nova perspectiva filológica (filologia: ciência que por médio de textos escritos, estuda a língua, a literatura e todos os fenômenos de cultura de um povo): a fase intermediaria fora a do latim bárbaro, enquanto que a restauração da língua clássica, assinalaria a idade nascente.

Esta fase abarca exatamente um milênio. Para marcar o início deste período intermediário têm sido consideradas muitas datas e, de todas elas, uma teve especial repercussão: 476, data do fim do Império do Ocidente quando as sucessivas invasões bárbaras terminam com o último Imperador romano; entre os anos 307 e 337 o Imperador Constantino o Grande, tinha reunificado o Império mas fundado uma nova capital em Bizancio (Constantinopla); depois da sua morte o Império é novamente fragmentado, os chefes militares governam a seu bel prazer em nome dos Imperadores, que somente mantém as aparências até a desaparição do que fora o maior exponente da supremacia ocidental, na época.

Assim como o desaparecimento do Império romano de Ocidente assinala o início da Idade Média, como uma espécie de revanchismo a tomada de Constantinopla em 1453 pêlos turcos, marca o fim do Império romano de Oriente sendo escolhido como o término deste período obscurantista denominado pêlos historiadores como Idade Média.

Mas não tudo é escuro neste período: começam a formar-se as línguas modernas em substituição ao latim. A Idade Média é uma fusão de conhecimentos adquiridos na Antigüidade, no Cristianismo e dos novos povos europeus. Nasce o burgo, antecessor de nossa cidade moderna. As associações de pedreiros iniciam a construção de catedrais que hoje são a maravilha de turistas cultos em diversos países europeus.

Podemos dizer que a sociedade humana passa longos mil anos desbastando sua pedra bruta até atingir um estágio superior denominado Renacentismo.

Ivair Ximenes Lopes

MS Maçom

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